terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A EDUCAÇÃO ACTUAL


A educação é tão antiga como a própria Humanidade, parecendo constituir um dos primeiros sustentáculos da própria sobrevivência do Homem. Através da educação, pretende-se que o ser humano se adapte ao meio/ambiente, criando condições para a aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, valores e atitudes favoráveis a essa adaptação.

Para se fazer uma eficaz análise à situação actual da educação em Portugal, é necessário atender a três vectores: os pais, a sociedade e a escola.

Cada vez mais, os pais delegam quase integralmente na escola a educação dos filhos, limitando a sua acção educativa a castigos por maus comportamentos. A forma como grande parte dos pais portugueses educam os filhos incentiva nestes a falta de auto-confiança, a falta de iniciativa e de responsabilidade.

Deve reconhecer-se que o problema actual da educação das crianças e dos jovens é um problema de toda a sociedade e de cada adulto.

Temos todos uma responsabilidade com as gerações futuras. Compete-nos preparar os jovens para a vida adulta, preparando-lhes um tipo de sociedade onde seja possível viver.

Durante muito tempo, a escola foi vista como única fonte de saber, capaz de assegurar prestígio e posição social. Hoje, embora continue a ter um papel importante, ela já não tem o "monopólio" do saber exclusivo, ou seja, actualmente há já muitas outras fontes de informação igualmente credíveis. Nestas novas fontes de informação estão incluídas as novas tecnologias que são excelentes meios para a construção do conhecimento.

A escola já não deve ser encarada como um espaço fechado e triste, mas sim como um lugar de prazer e de aprendizagem. Para tal, o contributo do professor é fundamental. O papel deste não se deve resumir à transmissão de teorias muitas vezes já em desuso mas em estar aberto à imprevisibilidade e às constantes mutações socioculturais. O papel do professor não poderá limitar-se a uma comunicação unilateral entre este e os seus alunos. Este papel terá de ser activo e criativo, de forma a que a educação decorra numa acção cooperativa e onde haja espaço para a criatividade de alunos e professores.

Naturalmente que há sempre quem pense que o uso dos audiovisuais e dos media no acto educativo poderá pôr em risco o papel do professor como detentor ou transmissor do conhecimento. É óbvio que tal não acontece, mas também será óbvio que à crescente importância dos media no processo de ensino-aprendizagem se impõe uma redefinição do papel do professor e da estratégia que deve adoptar junto dos alunos.

Na verdade, se uma verdadeira integração dos meios audiovisuais no ensino é indispensável na escola, ela deve ser o resultado de uma perfeita tomada de consciência do papel que estes meios devem desempenhar no seio do processo pedagógico, sem ultrapassar nem reduzir o papel do professor.

Assim sendo, os audiovisuais deverão contribuir para uma modificação do papel do professor, pois este já não é o único responsável pela transmissão da matéria aos alunos. O educador deve ver o aluno já não como um auditor que deve transcrever e memorizar as mensagens, mas sim como um aprendiz que, utilizando todos os meios disponíveis, contribui para a sua própria aprendizagem.

O professor tem como papel principal criar e estimular o ambiente educativo. Neste novo perfil de escola, o ensino tem de se processar ao nível da coordenação e acompanhamento, das informações (conteúdos) devendo fornecer os contextos e o conhecimento base que promova uma verdadeira autonomia. Neste sentido, deve, igualmente, haver uma preocupação em colocar os alunos face a problemas que exijam experimentação. Contudo, muitos professores desconhecedores desta realidade ignoram estas inovações, provavelmente por não as conhecerem e não as dominarem. Hesita-se em alterar as estruturas existentes há muito tempo, simplesmente porque as inovações exigem uma formação, uma preparação e uma organização suplementares.

Por outro lado, existe o problema financeiro, pois, nalguns casos, evita-se o uso de novos métodos de ensino dado que o dinheiro já é pouco para fazer funcionar convenientemente os sistemas existentes. Mas não dar importância aos audiovisuais pode originar consequências graves, principalmente nos níveis etários mais baixos. Acima de tudo deve existir um espirito critico por parte de todos os intervenientes no processo educativo.

O formador tem, assim, de integrar na sala de aula meios que facilitem a comunicação. Os progressos no domínio da comunicação têm sido óptimos. Os novos meios de informação permitem a troca de informação, independentemente da distância, com toda a precisão e rapidez. O processo de ensino tem necessidade de uma ligação constante com o mundo exterior. Neste domínio, a evolução tecnológica pôs à disposição do professor meios suficientes para trazer até ao aluno um mundo até há bem pouco tempo distante.

A técnica passou a ser aceite por muitos como a solução para os problemas existentes no ensino, sendo importante de modo a conseguir-se um sistema educativo eficiente apoiado em instrumentos que respondam às exigências da época. Contudo, os meios tecnológicos não valem por si mesmos. A sua utilidade depende da metodologia com que são usados. Não são apenas os meios que contam, mas sim a forma de apropriamento desses meios para criar uma situação educativa. A integração destes meios facilita a comunicação, facultando um precioso auxílio tanto ao nível do ensino como ao nível da aprendizagem.

O CONTRIBUTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA

Nunca, como hoje, foi possível aprender com uma variedade tão alargada de meios nos quais se encontram a informação. Os livros, as revistas, o vídeo, o cinema, a televisão, a fotografia, a banda desenhada, os jornais, o software do computador, os multimedia e as pessoas com as quais convivemos no dia-a-dia, entre outros, constituem os suportes aos quais podemos recorrer para termos acesso à informação

A educação tem, obrigatoriamente, de se adaptar às necessidades das sociedades onde está inserida. Mas este processo nem sempre é fácil, pois essa "adaptação" tem pela frente um grande desafio, que é o de se adaptar às mudanças sociais, culturais e económicas que nascem aquando da massificação do uso das novas tecnologias.

Contudo, a educação, ultimamente, tem vindo a ser reformulada. Embora, na sua essência, mantendo o mesmo objectivo, que é o de educar, não podemos ficar indiferentes aos novos métodos e técnicas introduzidos no ensino, decorrentes do aparecimento das novas tecnologias.

Com o mundo em constante desenvolvimento, a educação tem de se adaptar às novas necessidades dos seus destinatários. Outrora, a economia baseava-se, essencialmente, numa lógica industrial que implicava que a educação girasse mais em torno de um saber que valorizava a experiência. Actualmente, a sociedade privilegia mais um saber especializado, onde a sua construção possa ser uma actividade social plenamente integrada no meio que nos rodeia. Assim, existe um número cada vez maior de indivíduos que exigem uma grande variedade de canais de aprendizagem; esta crescente exigência fomenta, também o desenvolvimento mais sofisticado de novas tecnologias que permitem colocar à disposição dos indivíduos recursos cada vez mais elaborados que permitem assegurar maior mobilidade à informação. Assim, a informação passa a estar ao alcance de todos nós. Neste contexto, é inevitável que a escola se adapte aos novos desafios decorrentes da evolução da sociedade. Torna-se necessário definir um novo perfil de escola, por oposição à escola tradicional.

Actualmente, o papel da escola é de extrema importância pois devido à elevada variedade de oferta de informação verifica-se um afastamento dos educandos da informação chave, ou seja, o papel da escola do século XXI é o de moderador. Indiscutivelmente, nesta nova escola, as novas tecnologias desempenham um papel importantíssimo: - o de ferramentas auxiliares do processo ensino/aprendizagem.

É fundamental, por isso, que a escola esteja familiarizada com estas ferramentas informáticas e saiba utilizá-las na acção educativa normal. Assim, a escola tem de fornecer aos alunos os meios adequados para que possam ter acesso à informação e, simultaneamente, familiarizar-se com eles, possibilitando-lhes também oportunidades de interacção social.

Assumindo este novo perfil, a escola não deve esquecer a componente pedagógica associada aos novos meios de informação. Estas ferramentas possibilitam ao aluno a manipulação e construção do conhecimento de uma forma diferente daquela que era utilizada por métodos tradicionais onde, habitualmente, o conhecimento se transmite de forma oral.

O Computador na Sala de Aula

O computador oferece a possibilidade de integrar diversas linguagens (texto, imagem, som) oriundas de diversas fontes num único media.

Entendemos que o aparecimento do computador marca o advento de uma nova era comunicativa.

Consideramos que os professores têm vindo a descobrir as potencialidades educacionais das novas tecnologias e a ganhar a auto-confiança necessária e suficiente para se lançarem na "aventura" da utilização curricular do computador. Por outro lado, todo o professor reconhece a sala de aula como meio privilegiado da sua acção, sendo o que nela se passa aquilo que tantas vezes o preocupa. Deste modo, é normal que, mais tarde ou mais cedo, seja aí que ele queira experimentar o potencial educativo que antevê ou já descobriu no computador.

A introdução do computador na sala de aula no ensino preparatório é relativamente recente. Contudo, esta introdução encontrou e encontra ainda de momento, sérios obstáculos em termos de espaço e funcionamento, requerendo um trabalho anterior de grande preocupação. Estas actividades de preparação não se limitam a arranjar espaços compatíveis mas, essencialmente, requerem da parte do professor um repensar e uma reorganização das suas estratégias.

São muito diversas as razões que têm levado os professores a integrar o computador na sala de aula.

Uma delas é a forte motivação que ele exerce em grande parte dos alunos, contrastando com o desinteresse quase geral pelas actividades escolares. Contudo, na nossa opinião, o computador só deve ser utilizado sempre que se verifique que é a melhor forma para a compreensão da matéria por parte do aluno. Isto porque a motivação demonstrada pelos alunos aquando do uso do computador pode ser superficial e de pouca duração e, portanto, ilusória.

Existem pressões exteriores ao professor que podem levá-lo a integrar o computador na sala de aula. Por um lado, pressões dos próprios alunos que tentam "forçar" um professor a seguir o exemplo de outro professor da turma, ou que mostram incompreensão pelo facto de já existirem computadores na escola e o professor se mostrar alheio a eles. Outro tipo de pressões exteriores são os da própria sociedade ou mesmo dos pais, que não querem que os seus filhos "fiquem para trás".

Noutros casos, os professores encontram-se insatisfeitos com o modo como decorrem as suas aulas ou com o grau de insucesso dos seus alunos, desejando, assim, mudar este estado de coisas. Muitas vezes, este é o ponto de partida para o professor encarar a utilização curricular do computador.

Há casos em que o docente compreende que não se trata de mudar as técnicas usadas, mas sim de inovar verdadeiramente, favorecendo um ensino mais centrado no aluno e na sua iniciativa. Deste modo, será possível a realização de projectos onde alunos e professor estejam implicados. Assim sendo, o computador pode ser um auxiliar precioso nessa inovação, ao favorecer nos alunos um trabalho autónomo ou de grupo na resolução de problemas, no levantamento de hipóteses, na investigação, etc..

Todos estes factores contribuem, assim, para a introdução do computador no ensino, originando, mudanças absolutamente indispensáveis na escola.

Computadores com aptidões de integração de gráficos, áudio e vídeo, tecnologias como o CD-ROM e o vídeo interactivo são inovações às quais a escola não pode ficar indiferente. Estes podem ter um papel de extrema importância nas aulas, facilitando as tarefas tanto aos alunos como aos professores.

Por outro lado o uso do computador também tem as suas desvantagens e limitações como o elevado custo de instalação e manutenção de uma rede de computadores. O rápido aparecimento de novas tecnologias provoca uma constante troca e mudança de equipamento. Há ainda o problema do analfabetismo informático e da desconfiança nos computadores. O professor tem que saber introduzir convenientemente os alunos no mundo dos computadores e ser capaz de os motivar e ajudar quando necessário.

A importância da Internet no PROCESSO DE ensino/aprendizagem

Se até há bem pouco tempo, o computador era algo que apenas servia para trabalhar, hoje, pode ser considerado como um dos meios de comunicação mais completo e didáctico. Com o aparecimento da Internet, toda a mentalidade em relação a este objecto se alterou radicalmente. Actualmente, através de um simples computador e de uma ficha telefónica temos acesso a algo que substitui a televisão, o telefone, a própria escrita, o vídeo, a aparelhagem.

Estamos na era dos self-media, aqueles que se destinam aos utilizadores individuais (PC, fax, telemóvel, bip, etc.), que actuam através de redes celulares e de redes interactivas (por exemplo, RDIS, Internet). É também a era da convergência ente o audiovisual, as telecomunicações e a informática, um complexo que conduzirá ao reforço do processo comunicacional.

A Internet é a maior e mais poderosa rede do mundo e este poder encontra-se nas mãos dos jovens.

O acesso à Internet tem diversas vantagens e potencialidades que tanto professores como alunos podem obter. Uma delas é o Correio Electrónico, o qual, ao contrário do correio postal, é enviado e entregue pela Internet através da rede a um endereço de computador.

O feedback aluno - professor é mais rápido e eficiente. Os alunos podem ler as mensagens quando entenderem e facilmente guardarem-nas para posterior referência.

Por outro lado, esta inovação pode também ser importante na relação professor – encarregado de educação. Na nossa opinião, este seria um bom meio para o docente enviar para o encarregado de educação toda a informação escolar relativa ao aluno (como avaliações, faltas, etc.).

Um aspecto a ter em conta é que a Internet não vai substituir a escola, mas sim acrescentar uma nova dimensão. O aumento de recursos de acesso à Internet dá ao estudante meios de recolher informação de interesse para a aula. Em muitos casos, pode ser o estudante a ensinar a turma, incluindo o professor em determinado tópico. Tradicionalmente é o professor que detém a autoridade da informação, com este sistema de ensino essa autoridade passa a ser desafiada.

Os alunos passam a ter a capacidade de procurar informação na Internet sobre vários assuntos, de serem mais críticos e criativos.

A Internet responde também ao problema dos alunos mais tímidos. A comunicação via e-mail torna-se mais confortável para esses estudantes, sentem-se mais seguros para fazer perguntas e dar opiniões.

Podemos, deste modo, concluir que a Internet é uma ferramenta poderosa e uma alternativa certa aos métodos de ensino tradicionais. No entanto, há que saber preparar os estudantes, para ultrapassarem os seus medos e ensinar-lhes as técnicas necessárias para aproveitarem todos os recursos oferecidos pela Internet. Também as instituições de ensino têm que actualizar as suas regras tradicionais, pois estas vão sendo postas em causa.

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